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Falta de tratamento pode causar alterações irreversíveis no ouvido dos animais

Editoria: Vininha F. Carvalho 21/10/2011

Vermelhidão da orelha, coceira persistente, odor desagradável, secreções amareladas ou marrons. Esses são alguns sinais de que os cães e gatos podem estar com algum problema nos ouvidos.

“Muitas vezes vemos o animal com a cabeça pendente para um dos lados ou apresentando dor e desconforto no simples toque de mãos na orelha, o que também indica alguma alteração”, explica Dr. Marcelo Quinzani, diretor clínico do Hospital Veterinário Pet Care.

Um dos problemas mais comuns que acometem a região é a otite, uma inflamação ou infecção do canal da orelha. Essa doença pode se desenvolver devido a diversos fatores que levam à proliferação do cerume, fungos e bactérias, causando diferentes tipos de otites. Entre as causas mais comuns, Dr. Marcelo Quinzani cita as seguintes:

- Parasitas: carrapatos, sarna de orelha;

- Presença de corpos estranhos: grama, medicação ressecada, cerume, pelos mortos, água;

- Alergias: dermatite atópica, alergia alimentar;

- Ambientais: calor e umidade;

- Anatômicas: estenose de conduto ou orelhas abafadas;

- Doenças que alteram a renovação de pele: desordens de queratinização.


A otite é um problema sério e, se não for tratado corretamente, pode causar alterações irreversíveis no canal auditivo, como, por exemplo, estreitamento, a perfuração do tímpano e encefalite decorrente da presença de bactérias.

“Se o canal auditivo fica muito estreito e não for possível fazer o tratamento correto, recomenda-se até uma cirurgia para retirada do mesmo”, afirma.

“Nem sempre uma melhora geral, como a diminuição da secreção, odor e o animal não aparentar mais desconforto são sinais de que o problema está resolvido. Muitos donos suspendem a terapia precocemente, o que diminui as chances de cura”, alerta Quinzani.

Tratamento:

Para tratar uma otite é preciso primeiro identificar a causa primária por meio de uma anamnese, um exame clínico com otoscopia, exame citológico no microscópio e, se necessário, proceder a uma cultura e antibiograma.

O tratamento pode ser feito por meio da utilização somente de soluções tópicas dentro do canal ou associação de solução tópica mais um anti-inflamatório e antibiótico oral. O veterinário é quem irá indicar os produtos mais adequados para cada caso.

Como prevenir:

Para evitar que entre água no canal auditivo, é importante sempre colocar algodão nas orelhas dos pets durante o banho e secar as orelhas dos cães que entram em lagos ou piscinas.

“Também é importante manter as orelhas ventiladas e tosadas, principalmente dos cães com orelhas pendentes, como é o caso das raças cocker spaniel, basset hound e setter irlandês, por exemplo”, comenta.

O mais importante é realizar visitas periódicas ao médico veterinário, nas quais é realizado um exame clínico adequado, que pode identificar o conduto auditivo e a possível presença de alterações na sua anatomia ou mesmo presença de cerume e parasitas.

Higienização correta:

A limpeza das orelhas deve ser feita de acordo com a prescrição do veterinário, mas geralmente um ouvido em condições normais requer limpeza a cada dois e três meses, de acordo com a quantidade de cerume acumulado.

“É importante que a higienização seja feita por um profissional que possui técnicas e equipamentos adequados”, alerta. É possível fazer a limpeza doméstica, mas apenas com algodão seco e na parte externa da orelha.

“Nunca deve-se usar cotonetes ou pinças com algodão e muito menos pingar produtos ou medicamentos sem orientação do médico veterinário”, orienta Quinzani.