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Nascimento de antas gêmeas surpreende equipe do Refúgio Biológico

Editoria: Vininha F. Carvalho 25/08/2011

Veterinários, biólogos e tratadores do Refúgio Biológico Bela Vista(RBV) tiveram uma grande surpresa no final do mês de julho. Zefa, uma das antas (Tapirus terrestris) do plantel do RBV, teve filhotes gêmeos – algo que, de tão raro, não encontra paralelo nas pesquisas dos profissionais do local.

“É o primeiro caso de que temos conhecimento”, ressalta o biólogo
Marcos de Oliveira, da Divisão de Áreas Protegidas da Itaipu. “E até onde a gente sabe é a primeira vez que acontece, pelo menos no Brasil”.

Para sanar a dúvida, a equipe do RBV procurou ajuda externa e
consultou o veterinário Paulo Mangini, pesquisador da vida selvagem e integrante do Grupo de Especialistas em Antas (Tapir Specialist Group), organização internacional formada por defensores da preservação desse animal.

O veredito: “Não há registro conhecido de gestação gemelar em
antas”, disse. “Vocês deveriam escrever uma nota científica para relatar este caso”, sugere Mangini aos profissionais da Itaipu.

Oliveira atribui a gestação singular a dois fatores: “As condições ideais para reprodução em cativeiro e uma boa dose de sorte”.

Fêmea exige cuidados especiais:

Com quase um mês de vida, um dos pequenos é macho; o outro, fêmea. O casal segue em período de amamentação, que dura em torno de dez meses, aliada à ingestão de alimentos sólidos, iniciada na segunda semana de vida.

São cerca de cinco mamadas por dia. O macho pesou no primeiro dia 8,7 quilos; a fêmea, 7,6.

Os filhotes ainda não ganharam nomes e devem acompanhar a mãe por
aproximadamente um ano. Um pouco mais fraca que o irmão, a fêmea
eventualmente precisa se separar da família para receber os cuidados da equipe do Hospital Veterinário do RBV, o que aconteceu na terça-feira(23/8). “Mas ela já está melhor”, afirma Oliveira.

Segundo o biólogo, a literatura disponível não apresenta informações conclusivas sobre a longevidade do animal. “Mas tivemos a experiência do Raito, anta que viveu no RBV até os 25 anos”.


Foi surpresa:

Zefa tem três anos e chegou ao RBV ainda jovem. Quando atingiu a
maturidade sexual, por volta dos dois anos, conheceu Pimpolho – seu parceiro, que já tem 20 anos de idade. Logo em seguida, teve uma cria.

Depois do desmame, veio outra – a dos gêmeos. “Foi uma grande surpresa”, diz Oliveira. “Não esperávamos dois filhotes”.


Diferentes espécies, o mesmo sucesso:

Reproduções em cativeiro bem-sucedidas têm se tornado uma marca do trabalho dos profissionais do RBV – resultado de muita pesquisa, observação e cuidado com os animais abrigados no local.

A prioridade é dada a espécies ameaçadas, como o cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus), a harpia (Harpia harpyja) e a jaguatirica (Leopardus pardalis), entre outras.

“Quando tudo vai bem, com um bom abrigo, manejo, alimentação, enfim, com os devidos cuidados, os animais respondem bem”, afirma Oliveira. “Tudo isso faz diferença, e a reprodução é reflexo disso”.



Fonte: Itaipu Binacional