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Pará faz novas apreensões de madeira ilegal

Editoria: Vininha F. Carvalho 14/11/2008

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Pará vem ao longo de todo o ano realizando operações sistemáticas de fiscalização da comercialização de madeira no Estado. A faixa de extensão da orla de Belém, com inúmeros portos irregulares de carga e descarga de mercadorias, tem sido alvo dessas operações que resultaram em novas apreensões de madeiras ilegais procedentes do interior do Estado.

Em uma das ações, no porto São Domingos, foram apreendidos 270,018 m3 de "madeira trabalhada", ou seja, portas, janelas e esquadrias. Segundo o fiscal Jorge Paixão, da Sema, "a madeira chegou do município de Portel, região do Marajó, em uma balsa. Na Guia Florestal foram declarados 63 m3, mas na recontagem do volume (cubagem), constatamos a diferença", afirmou.

"A maior parte do material apreendido foi construída em angelim e sucupira. É a chamada "madeira branca", usada para fazer portas e janelas", esclareceu a fiscal Adna Suane, da Sema.

Simultaneamente à operação na orla de Belém, uma outra equipe da Sema, desta vez em parceria com fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), apreendeu 456 m3 de madeira de primeira linha, destinada à exportação.

A ação foi deslanchada no porto de uma transportadora que opera cargas no distrito de Outeiro, a 26 km de Belém, que trouxe a madeira de Itaituba para cinco grandes empresas de exportação. Entre as espécies, cerca de 80% é de ipê, produto com o metro cúbico cotado no mercado nacional a R$ 1.900,00. No lote ilegal foram encontrados ainda jatobá e muiracatiara.

Há fortes suspeitas na Sema de que essa madeira tenha sido retirada ilegalmente do Parque Nacional da Amazônia (Parma), localizado a 370 km de Santarém e com área em vários municípios dos Estados do Pará e Amazonas.

Em outra ação de campo, também nesta semana, fiscais da Sema e do Ibama vasculharam uma extensa área entre os municípios de Portel e Pacajá, na região do rio Aruanã, e constataram a existência de 4 mil m3 de madeira derrubada ilegalmente. A madeira estava camuflada em locais chamados de "esplanada", uma espécie de depósito clandestino, geralmente cavado à margem de rios inacessíveis para dificultar as operações de fiscalização pelos órgãos ambientais na Amazônia.

O truque até que funcionou, e durante o sobrevôo de helicóptero que o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, fez na área quando veio ao Pará, em 20 de outubro passado, nada foi constatado. A madeira só foi descoberta, por um acaso, quando fiscais da Sema retornaram à área para recolher as espécies que foram doadas pelo ministro Minc ao Estado do Pará e percorreram outras localidades onde descobriram a "esplanada".

Somados aos seis mil metros cúbicos já aprendidos nas operações do Ibama, somente nessa área do Pará, são 10 mil m3 de madeira de primeira linha a ser transportados pela Sema para Belém, numa logística complexa, assegura o coordenador de Fiscalização da secretaria, Bruno Versiane.

Todo o material apreendido é destinado aos leilões administrativos realizados pelo governo estadual. A renda é revertida ao reaparelhamento da Sema, especialmente nas áreas de reforço da fiscalização de campo e no monitoramento tecnológico de espaços visados pelo desmatamento ilegal.

Fonte: Ex-Libris Comunicação