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Projeto no litoral paranaense trabalha para conservar o papagaio-de-cara-roxa

Editoria: Vininha F. Carvalho 22/09/2006

O Projeto de Conservação dos Papagaios-de-cara-roxa é desenvolvido no litoral do Paraná pela instituição de terceiro setor Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS). O papagaio-de-cara-roxa (Amazona Brasiliensis) consta na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas, elaborada pela União Mundial para Conservação da Natureza (IUCN).

Em todo o mundo, o único local de ocorrência desta espécie bandeira é uma estreita faixa litorânea que vai do sul de São Paulo ao norte de Santa Catarina. O último censo realizado no litoral do Paraná indica que o número de indivíduos da espécie gira em torno de 4.900. Entre as principais razões para a grave redução da sua população está a degradação da Floresta Atlântica, o que afeta diretamente a sobrevivência dos indivíduos, acentuada pela captura ilegal de filhotes e adultos.

Desenvolvido desde 1998, o projeto atua em diversas frentes. Uma das ações, que busca levantar dados sobre hábitos dos papagaios, já implementada e com bons resultados, é a telemetria. Nela alguns filhotes recebem, ainda no ninho, um pequeno rádio-colar que pesa apenas oito gramas e não atrapalha a movimentação da ave.

“Por meio do aparelho é possível monitorar o deslocamento do filhote quando ele começa a voar, identificando rotas e locais de alimentação e dormitório. Os dados auxiliam na formulação de novas estratégias de conservação. Uma delas poderia ser a criação de uma nova unidade de conservação na área utilizada pelo papagaio”, explica Elenise Sipinski, coordenadora do projeto.

Dentro do programa, os pesquisadores também fazem o monitoramento dos ninhos de papagaios-de-cara-roxa nos principais sítios reprodutivos do Paraná. Na primavera e no verão, época de reprodução da espécie, a equipe percorre regiões de Guaraqueçaba e ilhas próximas, com o objetivo de acompanhar a postura dos ovos, as taxas de natalidade e predação e também o crescimento dos filhotes. Veterinários fazem ainda análise de sangue de alguns indivíduos e verificam sua saúde, para identificar se há ocorrência de doenças e, quando possível, combatê-las.

Uma das iniciativas recentemente implementada é a instalação de caixas-ninho em árvores no período em que os papagaios colocam seus ovos. As caixas, ninhos artificiais confeccionados em madeira para oferecer maior segurança contra ações do tempo e de predadores, tiveram ótima aceitação por parte dos indivíduos na última estação reprodutiva. Dos 23 ninhos nasceram cerca de 40 filhotes, ao passo que os 48 ninhos naturais propiciaram o crescimento de 49 indivíduos.

Outra preocupação do projeto é estimular a prática de atividades de ecoturismo, mostrando aos moradores de algumas comunidades que a valorização de espécies e ambientes bem conservados pode atrair turistas para a região.

Todas essas ações ganharam o apoio, em 2005, da Audi do Brasil. A parceria é, hoje, fundamental para a continuidade das diversas atividades que integram o projeto. “O comprometimento da marca com o avanço por meio da tecnologia vai além do investimento em seus carros. É também com a comunidade e o meio ambiente. Exatamente por isso fizemos essa parceria com a SPVS, para viabilizar ações que beneficiam não só a manutenção da espécie, mas também da região onde ela ocorre”, conta Frank Segieth, Diretor Presidente da Audi do Brasil. Outros importantes apoiadores são a Fundação Loroparque, Fundação O Boticário de Proteção à Natureza e Fundação Rufford, que viabilizam ações fundamentais para a realização de um trabalho abrangente.


Fonte: Assessoria de imprensa - SPVS