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SOS Mata Atlântica lança programa para conservação das zonas costeiras

Editoria: Vininha F. Carvalho 07/07/2006

A Fundação SOS Mata Atlântica lança na sexta-feira, 30 de junho, o Programa para Conservação das Zonas Costeira e Marinha sob Influência do Bioma Mata Atlântica, uma iniciativa inédita no País, construída a partir da constatação de que a região costeira (com formações como os estuários, manguezais e restingas) é uma das mais degradadas no mundo e também neste riquíssimo conjunto de ecossistemas.

O Programa começa com um levantamento e um workshop com especialistas, que vão diagnosticar o estado da Costa desde o Delta do Parnaíba (PI) até o Arroio Chuí (RS). Em novembro, será lançado o primeiro edital de projetos a serem beneficiados pelo Fundo Costa Atlântica.

A Copebrás, uma das mais importantes empresas mínero-químicas do Brasil, pertencente ao grupo Anglo American plc, está garantindo a primeira cota necessária para viabilizar as ações, com um aporte de R$ 1 milhão em 5 anos. A meta da Fundação é captar R$ 5 milhões para serem transferidos a projetos executados nos próximos 10 anos.

"Esta é uma grande iniciativa para finalmente sairmos dos planos e entrarmos nas ações reais", comenta Yara Schaeffer-Novelli, uma das maiores especialistas no tema, conselheira da Fundação e supervisora do Programa."Desde a década passada, temos vários levantamentos e diretrizes nesta área. Agora chegou o momento de consolidar estes conhecimentos em intervenções práticas."

A Fundação SOS Mata Atlântica realiza, em parceira com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o monitoramento dos remanescentes florestais e ecossistemas associados, manguezais e restinga do bioma desde 1989.

"Nestes anos, temos detectado que as zonas costeiras são as áreas mais degradadas e as que sofrem grandes intervenções, então este Programa certamente virá contribuir para a proteção da biodiversidade, o uso sustentável dos recursos e para melhores condições das comunidades humanas que vivem nestas regiões", constata Márcia Hirota, diretora de Gestão do Conhecimento da ONG. "A superpopulação e o extrativismo são alguns dos problemas que precisam ser combatidos", completa.


Fundo e áreas prioritárias:

O Fundo Costa Atlântica funcionará por meio de editais de chamada de propostas. No processo competitivo, serão analisados projetos apresentados por consórcios formados por ONGs, associações comunitárias, pesquisadores de instituições de ensino superior e agências governamentais.

Inicialmente, serão contempladas ações para cinco áreas prioritárias dentro da Costa Atlântica: o Canal de Santa Cruz-Itamaracá (PE), a Baia de Camamu (BA), a Baía de Ilha Grande (RJ), o Complexo estuarino-lagunar Iguape-Cananéia (SP) e as Baías Babitonga-São Francisco do Sul (SC).

"A nossa Costa tem 7400km de terra imersa ou em contato com o ambiente marinho, por isso foi muito difícil identificar áreas mais emergenciais, mas trabalhamos pensando em uma distribuição territorial e a intenção é trabalhar nas outras áreas também", observa Yara.

"Esperamos contemplar projetos com foco sócio-econômico, que pensem no homem, morador dessas regiões, o que automaticamente contribui para a conservação da biodiversidade da Mata Atlântica".