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Peixes de espécies nativas são soltos no rio Paranapanema

Editoria: Vininha F. Carvalho 01/06/2006

Desde 2001, mais de cinco milhões de curimbatás, piracanjubas, pacus-guaçu, piaparas, piavas três-pintas e dourados já foram soltos no rio Paranapanema, divisa entre os estados de São Paulo e Paraná, como parte do Programa de Manejo Pesqueiro, que promove a reprodução, criação e solturas de alevinos para o repovoamento da bacia. A cada ano, são lançados cerca de um milhão e meio de alevinos e juvenis. O objetivo do programa é a manutenção da diversidade de espécies no Paranapanema e o aumento da produção pesqueira na região.


Processo reprodutivo:

No programa de reprodução, os técnicos escolhem os peixes que serão os reprodutores para receber uma indução de hormônio que estimula seu organismo à desova. Os profissionais cuidam de todo o processo de reprodução dos animais; após a fertilização, surgem os embriões, 24 horas depois, as larvas. Depois de um mês, formam-se os alevinos, que são os filhotes dos peixes. Ao atingir o tamanho adequado, são colocados em tanques para que se desenvolvam e possam ser soltos.

Os locais de soltura são escolhidos por ter características ecológicas favoráveis ao rápido crescimento das espécies, incluindo disponibilidade de alimentos e proteção com relação a predadores.


Transporte

Acondicionados em caixas térmicas apropriadas para o transporte, os peixes viajam da Estação de Hidrobiologia e Aqüicultura até os reservatórios. De acordo com Rodolfo Sirol, coordenador do programa, graças à tecnologia adotada, o sucesso desse tipo de operação é de 100%.

“Os peixes são transportados sedados, livres de estresse térmico ou mecânico, já que as caixas contêm um sistema para controle de ondas, evitando choques durante o trajeto”, esclarece.

Antes de ser lançados à água, os peixes saem do estado de dormência quando os tanques têm a água substituída lentamente pela água do reservatório. Sirol explica que esse procedimento tem a finalidade de eliminar o efeito anestésico e “de colocar os peixes em contato com as características físico-químicas de seu novo ambiente”.



O Programa:

As atividades do Programa de Manejo Pesqueiro são conduzidas a partir da Estação de Hidrobiologia e Aqüicultura, localizada na usina hidrelétrica Salto Grande, que possui laboratórios para reprodução de peixes e para análises de água, tanques de larvicultura e 53 tanques de alevinagem e estocagem de matrizes que ocupam uma área de 22 mil metros quadrados.

Uma equipe também monitora a adaptação, o crescimento e a reprodução dos peixes no rio Paranapanema após as solturas. Sirol explica que os critérios de reprodução e soltura são adotados em função das pesquisas realizadas pela Duke Energy em conjunto com UEL (Universidade Estadual de Londrina), a Unesp (Universidade Estadual Paulista) e a USP (Universidade de São Paulo).

Segundo o biólogo e pesquisador da área de Meio Ambiente da Duke Energy, Sandro Britto, “o repovoamento é orientado a partir de estudos sobre as populações de peixes nos reservatórios”. O Programa de Manejo Pesqueiro desenvolve ainda pesquisas sobre a qualidade da água e as comunidades aquáticas de peixes, plantas e microorganismos.

Como parte das ações desenvolvidas dentro da política ambiental da Duke Energy está a conscientização dos habitantes da região sobre a importância de não realizar a pesca na piracema, período da desova que acontece geralmente entre os meses de novembro e março. Isso porque, se os peixes reprodutores forem pescados na época da desova, a reposição das espécies fica comprometida.


Catálogo de Peixes:

Pesquisas científicas desenvolvidas pela Duke Energy identificaram 155 espécies de peixes locais. A compilação desse trabalho resultou no catálogo “Peixes do rio Paranapanema”, coordenado por Sandro Britto, da área de Meio Ambiente da empresa e publicado em 2003 pela Horizonte Geográfico, com o patrocínio da Duke Energy. A obra tem como colaboradores Rodolfo Sirol, Norberto Castro Vianna e outros profissionais da Estação de Hidrobiologia e Aqüicultura.

A coleção de referência encontra-se no Museu de Zoologia da UEL (Universidade Estadual de Londrina). Os estudos visam conhecer a composição, distribuição, biologia e relações das 155 espécies identificadas.



Fonte: Camila Zanqueta - Curado & Associados Consultores