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Operação vôo livre combate o tráfico de animais na Paraíba

Editoria: Vininha F. Carvalho 17/08/2005

O Ibama/PB - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis por meio da Divisão de Proteção Ambiental vem desde o mês de junho, intensificando ações visando coibir os crimes contra o meio ambiente. Em parceria com a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, os fiscais do Ibama estão executando diversas operações.

No sertão paraibano os municípios de Patos, São Mamede, Mãe D’água, Santa Terezinha e Cacimba de Areia tem recebido a visita constante dos fiscais do Ibama com o objetivo de proteger o período de reprodução das aves migratórias (Zenaida auriculata noronha), mais conhecidas como arribaçãs, pois é principalmente nesta época de chuvas que estas aves chegam em grandes bandos para fazerem seus ninhos, tornando-se vulneráveis aos caçadores que abatem as aves de forma cruel e indiscriminada, inclusive destruindo os ninhos e ovos.

Devido a esta ação predatória, a espécie corre o risco da região. Nesta temporada reprodutiva, graças às incursões da fiscalização e sua permanência nas áreas críticas de ocorrência das aves para postura, 80% dos ovos tiveram sua eclosão garantida.

Como parte das ações realizadas pelo Ibama nas feiras livres, foram apreendidas dezenas de aves e animais. Nesta primeira semana de julho a equipe de fiscais, sob a coordenação do analista ambiental Jaime Pereira da Costa, apreendeu e incinerou três mil armadilhas (sangras) utilizadas para capturar arribaçãs. Nas feiras livres dos municípios de Catolé do Rocha e Brejo do Cruz foram apreendidas 70 aves silvestres.

O Ibama pretende intensificar a fiscalização em todo o sertão, pois é uma área vulnerável a este tipo de crime ambiental. Com o apoio da Polícia Rodoviária Federal, estão sendo periodicamente realizadas vistorias em veículos e ônibus que trafegam na BR-230, vindos do sertão paraibano com destino à capital, pois os agentes têm informações de que esta rota está servindo para o transporte de animais da fauna silvestre para serem comercializados nas feiras livres de Campina Grande, João Pessoa e outras cidades do Nordeste.

De acordo com o analista ambiental Jaime Pereira da Costa, como resultado destas ações, foram lavrados dezenas de Autos e Termos de Apreensão, foram apreendidas 36 espingardas, 956 arribaçãs abatidas (que em seguida foram doados a entidades beneficentes).

Das 384 aves apreendidas de junho até a primeira semana de julho, a maior parte foi posta em liberdade, as que não tinham condições, foram encaminhada para o Centro de Triagem de Animais Silvestres e para a ONG SOS Sertão onde estão sendo cuidadas e providenciada a soltura. Um ônibus da empresa Nacional que estava transportando ilegalmente 17 aves, dentre elas, algumas que estão na lista de animais em extinção no estado, como é o caso do pintassilgo.

O motorista foi autuado, pois o transporte ou comercialização de animais silvestres sem a devida autorização do Ibama é considerado crime ambiental, previsto na Lei nº 9.605/98, artigo 29. Todos os infratores foram conduzidos à delegacia de polícia mais próxima, onde foram identificados e autuados, podendo responder ao processo em liberdade. O motorista do ônibus, além responder a processo na justiça federal, deverá pagar uma multa de R$8.500,00.

Fonte: Ibama