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Guia ilustrado exibe mais de 200 fotografias e informações sobre animais, inclusive espécies ameaçadas

Editoria: Vininha F. Carvalho 09/03/2012

O biólogo Fábio Maffei investiu dois anos num mestrado que inventariou as espécies de anfíbios da Fazenda Rio Claro, área da Duratex em Lençóis Paulista. O estudo resultou em livro com 40 espécies catalogadas que, segundo o pesquisador, indicam o alto grau de conservação da região.

“Encontramos um número de espécies acima da média, uma delas ameaçada e outras, características de mata úmida. Isso evidencia que a área está bem conservada”, afirma o pesquisador.

Após defender sua dissertação de mestrado em Zoologia pelo Instituto de Biociências da Unesp de Botucatu e publicar artigos científicos, Maffei e os pesquisadores Flávio Kulaif Ubaid e Jorge Jim escreveram o livro Anfíbios da Fazenda Rio Claro, lançado agora com apoio integral da Duratex.

Cerca de 1/3 das espécies de anfíbios no mundo estão ameaçadas, sendo esse o grupo que mais sofre com as mudanças ambientais. Nesse cenário, vale registrar a ocorrência do sapinho-do-cerrado-paulista (Proceratophrys moratoi) na Fazenda Rio Claro.

Representante do grupo ameaçado, ele pode gerar interesse para ampliar estudos científicos na região. Além disso, a vegetação predominante da fazenda Rio Claro é de Cerrado, mas entremeada por trechos de Mata Atlântica. Segundo Maffei, a proximidade dos dois biomas colabora para a riqueza da biodiversidade.

A Fazenda Rio Claro tem mais de 23 mil hectares e abrange os municípios de Lençóis Paulista, Avaré e Borebi. Além das plantações florestais da empresa e áreas nativas, abriga a RPPN Olavo Egydio Setúbal, Reserva Particular do Patrimônio Natural do estado de São Paulo criada em 2008.

Mantida intacta desde a aquisição da fazenda pela Duratex, em 1970, a área protegida tem 615 hectares e é classificada como uma das mais ricas reservas do interior do Estado de São Paulo.


Distribuição gratuita:

O livro “Anfíbios da Fazenda Rio Claro” apresenta mais de 200 fotografias das 40 espécies encontradas na região. Além das imagens, há descrição detalhada dos animais, com informações sobre habitat, alimentação, reprodução e tamanho, entre outras curiosidades.

O livro será distribuído gratuitamente a bibliotecas e entidades científicas. Depois, a obra estará disponível integralmente para acesso gratuito na internet.

Durante a pesquisa, Fábio Maffei contou com a parceria do pesquisador Flávio Kulaif Ubaid, especialista em aves. Eles buscaram as espécies de anfíbios em 22 pontos de estudo espalhados por toda a extensão da fazenda.

A pesquisa teve orientação do recém-falecido professor Jorge Jim, um dos pioneiros nos estudos ecológicos sobre répteis e anfíbios no país, tendo exercido grande influência na formação de uma geração de pesquisadores. A pesquisa envolveu um amplo trabalho de campo na fazenda, com mais de 30 visitas, com duração de até 4 dias cada.

A publicação é recheada de belas imagens que retratam sapos, rãs e pererecas em diferentes ambientes. Apesar da qualidade fotográfica, os pesquisadores dedicam uma parte da obra para explicar como o trabalho foi realizado com câmeras fotográficas amadoras.

“O mais importante não é o equipamento fotográfico, mas encontrar o momento adequado para o registro. É um trabalho que exige paciência, cuidado com iluminação, evitar movimentos bruscos e barulho para não assustar o animal. Além disso, o conhecimento sobre as espécies é fundamental para realizar uma boa fotografia desse tipo”, explica Ubaid.



Fonte: Darlene Santiago