Ave de Rapina
Onça
Cachorro
Cavalo
Gato
Arara

Pesquisadora pede que a população chame os órgãos ambientais ao identificar um filhote de peixe-boi

Editoria: Vininha F. Carvalho 16/04/2010

O animal, ainda filhote, que chegou ao Instituto na terça-feira (13/4), foi encontrado enrolado em uma rede de pesca na comunidade de Mato Grosso, em Coari, interior do Estado, já está sob os cuidados dos pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT). A animal foi resgatado por agentes da secretaria de meio ambiente de Coari e entregue aos funcionários do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que estavam na região ministrando curso de “Agentes Ambientais Voluntários”.

O filhote tem aproximadamente 4 meses e mede 60 centímetros. Segundo a veterinária do Inpa, Paula Souza, apesar do peixe-boi estar machucado, há grade chance de recuperação.

“Há algumas escoriações na pele, mas nada profundo. Está de alimentando bem e já interage com os outros animais. Geralmente perdemos animais quando eles não se alimentam ou quando estão muito mal. A chance de recuperação é muito grande”, disse.

Ao identificar um filhote de peixe-boi, a população precisa ficar atenta ao tentar resgatar o animal. A pesquisadora pede que a população chame os órgãos ambientais.

“A comunidade deve chamar o Ibama, a polícia ambiental. Não tentar alimentar o animal, o peixe boi exige cuidados. O quanto antes chamar o Ibama para o resgate, melhor”, afirmou Paula Souza.

Mais de 60 filhotes de peixes-bois, cujas mães foram vítimas da caça ilegal, já foram reabilitados com sucesso pela Associação Amigos do Peixe-Boi (Ampa), organização não governamental que atua em parceria com o Laboratório de Mamíferos Aquáticos do Inpa. O animal, que é um mamífero dócil, tem sido alvo de estudos por mais de 35 anos pelo Inpa.

Conscientização:

Cinco filhotes nasceram nos tanques do Inpa, o último foi no início de 2010. Atualmente, o Laboratório de Mamíferos Aquáticos abriga 44 exemplares da espécie. Em 2009, 10 animais foram resgatados – um recorde, segundo o Instituto.

Somente neste ano, 5 já foram resgatados, sendo que 4 foram levados para o Instituto em Manaus e um foi transportado para o Centro de Preservação e Pesquisa dos Mamíferos Aquáticos (CPPMA), situado na Usina Hidrelétrica de Balbina, em Presidente Figueiredo.

Para a bióloga da Associação Amigos do Peixe-boi, Gália Mattos, a região dos município de Coari e Careiro Castanho apresentam atualmente os maiores índices de resgate dos filhotes de Peixe-boi devido a morte das fêmeas. Ela aposta no trabalho de conscientização das pessoas para reverter o quadro e proteger a espécie que hoje corre o risco de extinção.

“Nós da Ampa temos um trabalho de educação ambiental que tem como foco levar para as pessoas as informações do animal acreditando que quanto mais elas souberem sobre o peixe-boi, mais vão preservar. Nós vamos paras as comunidades ribeirinhas falando da importância do peixe-boi na natureza”, enfatizou.

Sobre a AMPA:

O Inpa iniciou em 1974 os estudos sobre a biologia e conservação do peixe-boi da Amazônia (Trichechus inunguis) e, em 1985, foi criado o Centro de Preservação e Pesquisa dos Mamíferos Aquáticos em Presidente Figueiredo, interior do Amazonas.

Em 2001, depois de 27 anos de pesquisa, os cientistas sentiram a necessidade de agilizar a captação de recursos e promoção de campanhas destinadas à preservação e pesquisa dos mamíferos aquáticos, foi então que criaram a Associação Amigos do Peixe-boi.

A Ampa é uma organização não governamental e tem como missão promover atividades de proteção, conservação, pesquisa e manejo do peixe-boi da Amazônia, e dos outros mamíferos aquáticos existentes na região.

Fonte: Inpa