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Cão terapia é uma alternativa para amenizar os efeitos do tratamento do câncer.

Editoria: Vininha F. Carvalho 23/07/2009

A presença dos amigos, o apoio da família, a rotina com o trabalho e a manutenção de atividades culturais e de lazer – dentro das limitações de cada um, são instrumentos essenciais para quem enfrenta o tratamento oncológico. Sabe-se, por exemplo, que não basta um bom tratamento e uma equipe médica especializada. É preciso aliar tudo isso a um bom acompanhamento psico-emocional, pois qualquer um reage melhor dessa forma, aumentando suas chances de cura.

No meio disso tudo, uma novidade que à primeira vista pode parecer estranha está ganhando espaço nos principais centros mundiais de tratamento oncológico: a participação de animais no processo.

Mais especificamente a cão terapia, alternativa que já começa a mudar a visão de alguns profissionais da área psicológica também no Brasil.Trata-se de uma técnica que utiliza cães treinados e devidamente apropriados para o convívio com pacientes em ambiente hospitalar, permitindo que os doentes brinquem com os animais. Embora pareça uma atividade essencialmente lúdica, a cão-terapia é trabalho científico, cujos resultados são notados a cada sessão.

A idéia de complementar o tratamento tradicional com essas terapias pode contribuir para amenizar os severos efeitos do tratamento do câncer. Afinal, garantir o momento leve de diversão com os animais pode mudar um pouco o “clima” das intermináveis sessões de quimioterapia e radioterapia, tornando-se, no mínimo, uma opção interessante de abreviar dores e sofrimentos.

“Ao interagir com os cães os pacientes fazem exercícios físicos muitas vezes sem perceber. Se os levássemos para uma sala de ginástica comum, a resistência poderia ser maior”, afirma o fisioterapeuta Vinicius Fava Ribeiro, indicando outro benefício. As equipes que vem trabalhando com a cão-terapia são multidisciplinares. Além dos médicos veterinários e adestradores, são formadas por psicólogos, fisioterapeutas, profissionais de educação física, entre outros.

Trabalhar o lado emocional, melhorar o humor e estimular o contato físico e a sociabilização são os principais benefícios da atividade. “É uma oportunidade de fazer com que o paciente melhore a sua imunidade e “externe” seus sentimentos, através dos cães”, explica a veterinária Hannelore Fuchs.

As pesquisas com a nova terapia apontam uma redução da pressão arterial, da freqüência cardíaca, da depressão, da dor e uma consequente diminuição de uso de medicação psicotrópica e analgésica, além do estímulo à pratica de atividades físicas.

Nos pacientes com câncer a restrição é para quem está imunodeprimido, ou seja, com baixa resistência. Mas, nesses casos, nem mesmo o contato com outras pessoas é recomendado pelos médicos até que o paciente adquira imunidade suficiente para se auto-proteger do risco de infecções. Em todo caso, a cão-terapia deve ser realizada por equipes profissionais que conhecem bem os cuidados básicos de higiene/assepsia do animal e realizam o controle rigoroso de saúde periódico e dos locais que o animal freqüenta.

Os requisitos para o animal:

A seleção dos cães é feita com um rigoroso critério e a maioria deles pertence aos profissionais que trabalham com a terapia ou voluntários, que são convidados para participar do trabalho por causa de seu animal. Os profissionais alertam que não trabalham com nenhum cão da lei da focinheira, para não submeterem pacientes a qualquer risco.

Os animais, que devem sempre estar identificados como cães-terapeutas, são submetidos a avaliação física (realizada pelo veterinário) e comportamental (feita por adestradores). A primeira inclui check-up mensal, vacinação, controle de doenças infecto-contagiosas, além do tradicional banho antes da sessão de pet-terapia.

A avaliação psicológica verifica se o animal é apto a esse tipo de trabalho, até porque devem ser dóceis, e não somente mansos, aceitando vários tipos de manipulação (rabo e orelhas puxados, carinhos e afagos em qualquer parte do corpo) e não podem atacar.

As técnicas de treinamentos são básicas e permitem que o cão obedeça aos principais comandos e seja facilmente controlado pelo proprietário. Para a terapia no hospital, a indicação é que os cães profissionais tenham uma sala exclusiva.

Sobre a ABCâncer:

A Associação Brasileira do Câncer é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), sem fins lucrativos, com a missão de informar, educar e mobilizar a sociedade para a prevenção, detecção precoce e diminuição do sofrimento das pessoas tocadas pelo câncer.




Fonte: Gisele Tamamar / ABCâncer