Editoria: Vininha F. Carvalho 29/05/2009
O desenvolvimento da Medicina Veterinária nos últimos vinte anos tem prolongado consideravelmente a expectativa de vida dos animais e em conseqüência, cresce o número de casos de neoplasia (câncer), sendo os tumores mamários os de maior freqüência, principalmente em cadelas.
Segundo Fernanda Malatesta, veterinária da Clinica Proanimal, as neoplasias mamárias são de grande relevância, representando 25 a 50% dos tumores caninos.
“Nas fêmeas essas ocorrências atingem normalmente entre nove e onze anos de idade. O desenvolvimento de câncer maligno antes dos cinco anos é raro, e se ocorrerem nesta idade, eles normalmente serão benignos”, explica.
Para a veterinária o aparecimento do câncer mamário pode estar ligado a fatores nutricionais, interagindo já nos primeiros meses de vida do animal, principalmente antes do primeiro cio, ou hormonais.
“Um estudo retrospectivo de tumores mamários em cachorras demonstrou que filhotes de até um ano de idade, obesos, apresentam maior risco de desenvolver a doença no decorrer de sua vida. A hipótese do envolvimento de um componente etiológico de natureza hormonal também tem sido aceita, já que foram constatadas diferenças significativas na incidência entre cadelas castradas e não”, afirma.
A especialista esclarece que o proprietário do cãozinho normalmente identifica a moléstia através do aumento de volume em região de glândulas mamárias.
“O diagnóstico só pode ser definido por meio de biopsia(remoção de um pedaço do tecido para analise) e outros exames quando se identifica metástase(focos de tumor em outros órgãos) como raio – x e ultrassom”, alerta.
A terapia cirúrgica, apesar de ser uma das formas mais antigas de tratamento do câncer, é considerada como a mais efetiva. “Para um câncer invasivo ou com elevado potencial metastático, freqüentemente os procedimentos cirúrgicos são combinados a outras modalidades terapêuticas, como radioterapia e quimioterapia” argumenta a profissional.
Para finalizar a veterinária declara que a prevenção deve ser obtida através da ovariosalpingohisterectomia(OSH). “Consiste na retirada cirúrgica dos ovários, parte do útero, precoce, preferencialmente antes do primeiro cio, que corresponde a 0,5% de possibilidade de desenvolver neoplasia mamária”.