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Fundação Amazonas Sustentável e rede de hotéis Marriott International juntas na preservação da floresta amazônica

Editoria: Vininha F. Carvalho 17/10/2008

Entre ontem , 16 e hoje 17 de outubro, no Teatro Amazonas, Manaus, e na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Juma, no município de Novo Aripuanã, respectivamente, a FAS Fundação Amazonas Sustentável e a rede de hotéis Marriott International iniciaram uma das mais ousadas parcerias socioambientais da Amazônia.

A rede hoteleira americana escolheu a FAS como parceira para investir, inicialmente, US$ 2 milhões que serão distribuídos ao longo de quatro anos para obras de infra-estrutura junto aos comunitários locais.

Serão construídas novas escolas, residências/alojamentos para os alunos, casas para os professores, postos avançados de fiscalização, que servirão de base para os fiscais do Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (IPAAM), bases da FAS, entre outras obras que permitirão que aproximadamente duas mil pessoas que moram na reserva de 589.612 hectares, possam viver melhor e sem desmatamento.

No centenário Teatro Amazonas, na noite do dia 16, uma confraternização entre a sociedade civil organizada, membros da FAS, do governo local e executivos do Marriott marcou a divulgação do projeto.

No dia 17, na comunidade de Boa Frente, na calha do rio Madeira, é inaugurado o Núcleo de Conservação e Sustentabilidade Samuel Banchimol, que terá entre os seus principais destaques a Escola J. W. Marriott Jr. construída com a ajuda da mão- de- obra local e com madeira certificada de manejo florestal.

Outros dois núcleos similares serão edificados em outras comunidades da RDS do Juma. Desde já a preocupação com a saúde dos comunitários se evidencia com a entrega de três “ambulanchas”, meios de transportes mais adequados para os deslocamentos de pacientes nos rios da região.

Combater o efeito estufa, através da redução de emissão de gases para a atmosfera, é um dos principais objetivos da FAS e do grupo Marriott, que se aliam para manter a floresta em pé na RDS do Juma. Na base desta ação está a cultura do desmatamento evitado, uma das principais bandeiras defendidas pela FAS e pelo governo do Estado do Amazonas.

A Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Juma acaba de ser validada, em final de setembro, pela auditoria alemã Tüv Süd pelo padrão CCBA – Climate Community and Biodiversity Alliance, na categoria Gold, constituindo-se na primeira área do Brasil e das Américas a ser certificada por desmatamento evitado.

Bolsa Floresta:

Na raiz dessa parceria se encontra o Programa Bolsa Floresta, instrumento de compensação socioambiental implementado pela FAS como a primeira de uma série de ações para que os moradores do “Amazonas Profundo”, em áreas de unidades de conservação estaduais (são 34 ao todo, o que representa 16,4 milhões de hectares), possam ter um mínimo de recursos para fortalecer a cultura do não desmatamento.

Hoje, o repasse mensal é de R$ 50,00 por família, com o dinheiro sendo depositado na conta da mãe. Até o final do ano serão 4.000 famílias. Ao todo serão beneficiadas 24 mil pessoas, em 13 unidades de conservação, em 2008. Há ainda o Bolsa Floresta Renda, voltado para fortalecer a cadeia produtiva local; o Bolsa Floresta Associação, que organiza os comunitários em associações; e o Bolsa Floresta Social, que foca suas atividades nas áreas de Saúde,Educação, Transporte e Comunicação.

Será o conjunto dessas iniciativas, junto com as ações do Estado, que transformará as unidades de conservação em vanguardas mundiais de preservação dos rios, fauna, flora e das culturas das populações tradicionais da floresta amazônica.

Carboneutralização:

Além dos recursos diretos repassados pelo Marriott International, a cadeia de hotéis que tem 500 mil leitos à disposição, sendo 400 mil ocupados diariamente, vai oferecer aos seus hóspedes a opção deles contribuírem, voluntariamente, com U$1 para que a RDS do Juma tenha ainda mais recursos.

Essa ação servirá para que os hóspedes possam dar uma contrapartida à emissão de gás carbono provocada pela utilização de energia elétrica, combustíveis fósseis utlizados pela rede, bem como impacto causado pelas viagens de negócios dos executivos da rede Marriott.

Este tipo de parceria, na qual a floresta é preservada através de uma iniciativa empresarial, servirá como modelo para que as demais unidades de conservação do Amazonas também possam se beneficiar de “recursos verdes” em escala mundial. A parceria com o Marriott International é a primeira de uma série que a Fundação Amazonas Sustentável acredita possa mudar a forma de preservar a maior floresta tropical úmida do planeta.



Fonte: Fundação Amazonas Sustentável