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Proteja seu cavalo da influenza eqüina

Editoria: Vininha F. Carvalho 01/08/2008

A chegada de cada uma das quatro estações do ano requer cuidados especiais para mantermos boa a saúde. O mesmo acontece com os animais. No caso dos cavalos, o inverno nos lembra a necessidade de protegê-los da influenza eqüina, doença também conhecida como gripe eqüina por apresentar algumas semelhanças com a gripe que acomete os humanos. É uma enfermidade infecciosa do sistema respiratório, altamente contagiosa e comum principalmente nas épocas de ar seco e de frio mais intenso.

O cavalo infectado pelo Vírus Influenza, a gripe eqüina, apresenta sintomas que podem ser mais severos conforme o nível de imunidade, lembrando da importância do uso de vacinas com vírus o mais atual possível, assim como ocorre com as vacinas da gripe humana.

Embora o quadro respiratório seja muito parecido com o da gripe humana (tosse, febre, apatia, redução do apetite e secreção nasal serosa, podendo evoluir para mucopurulenta se houver infecção bacteriana secundária e pneumonia), também pode ser confundida com a Rinopneumonite, causada pelo Herpesvírus. É extremamente importante tratar imediatamente os sintomas, lembrando que não há tratamento específico contra vírus, somente contra infecções secundárias.

O vírus da Influenza atinge praticamente todos os eqüinos em poucos dias, ao contrário do Herpesvírus, que depende de episódios de estresse, ocorrendo mais esporadicamente. Outro alerta que se faz relevante é o fato de que, mesmo sendo a gripe eqüina mais freqüente em animais jovens, todos os eqüinos são susceptíveis a este vírus, independentemente de raça, sexo ou idade, além de ser uma enfermidade de distribuição mundial, que acomete cavalos em todos os continentes.

Uma vez diagnosticada a influenza eqüina, o cavalo deve ser apartado da tropa para ser tratado e evitar transmitir a doença. Este animal deve ser mantido descansado, em local sem corrente de ar, ao abrigo da chuva, sendo oferecida nutrição adequada. O animal deve ficar separado por, no mínimo, um mês, não participando de corridas, competições ou qualquer tipo de evento.

O mais importante é evitar que o cavalo seja infectado e acometido pela gripe eqüina. Portanto, a opção mais eficaz é a vacinação. Esta é a ação que apresenta o melhor custo-benefício, pois é muito menos oneroso prevenir do que gastar com tratamento dos animais doentes.

Ou seja, cavalos não vacinados podem gerar gastos aos criadores com tratamento, diagnóstico, assistência técnica, barreiras sanitárias e reprodutivas, além de os animais serem impedidos de participar de eventos eqüestres; no caso de cavalos de esporte, vale frisar que a vacinação a cada seis meses é exigência da Organização Internacional de Epizootias (OIE), entidade que regula as questões ligadas à sanidade animal no mundo.

Mas atenção na hora de escolher e adquirir vacinas contra a gripe eqüina. Neste momento, os veterinários devem orientar os criadores a seguir as recomendações da OIE e optar por vacinas com vírus atualizados.

Vale lembrar que, no caso da influenza eqüina, a OIE não aconselha o uso de vacinas com a cepa (vírus) Miami/63, ainda encontrada no mercado brasileiro, e cujo vírus foi isolado há 45 anos. Vírus da gripe eqüina também sofrem inúmeras mutações, como acontece com o vírus da gripe humana. Optar por vacinas relevantes e atualizadas, como a Kentucky/97, garante proteção adequada aos cavalos.

O início da vacinação do eqüino pode ser com qualquer idade, mas é preferível iniciar com idade entre três e quatro meses, pois, nesta época, o colostro já não confere mais proteção ao potro; recomenda-se reforço da vacina após 30 dias da primeira dose, também dos adultos se for a primeira dose. Aos cavalos de corrida e para aqueles que são submetidos a altos desafios e estresse, a OIE recomenda a realização de reforços constantes, com intervalos de três a seis meses.

Os criadores, portanto, com auxilio dos veterinários, encontram nas vacinas a opção mais eficaz para evitar que seus animais adoeçam e, no caso da gripe eqüina, que acabem por contagiar o rebanho. Neste inverno, os criadores devem se lembrar de que, ao prevenir as doenças, eles garantem a saúde do rebanho e a beleza dos animais.






Fonte: Leonardo Alves é médico veterinário, gerente de produto da Fort Dodge Saúde Animal