Editoria: Vininha F. Carvalho 28/03/2008
Quem disse que cachorro não fala? Labareda que o diga, vive ouvindo vozes e tem certeza de que existe um conversador dentro dele. Cuidado para não se apaixonar por esse setter irlandês, tão cheio de imaginação que inventou até de virar peça de teatro. E não é que virou mesmo? Neste livro, é ele próprio que conta suas aventuras – imagine que saiu de um sítio espaçoso em meio a uma reserva ecológica e foi parar em um apartamento na cidade...
“...amanhã vou investigar aquele troço estranho que fica em cima da escrivaninha do Marlinhos, que todos chamam de computador...” (O conversador de Labareda)
Labareda é um cão sem raça definida. Parece um setter irlandês, pelas características herdadas de Bela, a mãe; mas tem também algo de Bingo, o pai, um pastor alemão. “Quando cresci, fiquei meio a meio: meu pêlo e cor ficaram como os da minha mãe; ganhei o porte e a força do meu pai. Dos dois, a inteligência”, conta, convencido, em Um cão cheio de idéias, livro de Tereza Malcher Campitelli, ilustrado por Maurício Veneza, lançamento de Paulinas Editora.
Laba, para os íntimos, nasceu em Canto das Pedras, um sítio encravado na Reserva Ecológica de Macaé de Cima, em Nova Fribrugo, Rio de Janeiro. Ainda filhote, percebeu que só teria um nome quando alguém o adotasse, já que os donos de seus pais não pretendiam ficar com os filhotes. Foi separado dos irmãos quando completou três meses de idade.
Durante as férias, Marlinhos, um parente que morava na cidade, veio visitar os tios e o primo, e acabou por criar um vínculo de amizade com o filhote. Batizou-o de Labareda, porque durante um incêndio, o cão se comportou com bravura. Do sítio, Labareda se mudou para a cidade, sofrendo com a separação, porque deixou muitos amigos na reserva ecológica.
As aventuras vividas por Labareda desde filhote pontuam uma série de episódios em que o cão busca sua identidade. Ao tentar interagir e compreender o ambiente onde vive, Labareda descobriu que dentro dele morava um “conversador”, uma voz dada aos seus pensamentos, que muitas vezes atuava como um alter ego.
A idéia de construir o conversador partiu da observação de Tereza de que os alunos tinham dificuldade em perceber que pensavam. No livro, ela quer fazer o leitor “sentir” o pensamento do Labareda. Para diferenciá-la da voz de Labareda (afinal, é ele quem conta a história), o pensamento está em itálico. Mas o que a autora quer mesmo é que o leitor preste atenção no conversador que existe dentro de si e veja como ele pode ajudá-lo a resolver os problemas da vida.
Embora, confesse que não sabe distinguir uma raça de cachorro de outra, Maurício diz ter curtido muito desenhar Laba. “Pra mim, são todos parecidos, diferente mesmo, só o cachorro quente...” O livro foi adaptado para o teatro – o lançamento da peça ocorreu em agosto de 2007, na cidade do Rio de Janeiro.
A autora:
Tereza Malcher Campitelli, 51 anos, é carioca e sempre gostou de animais, principalmente de cães. É formada em Pedagogia, casada teve dois filhos e trabalhou em Educação, com crianças, adolescentes e idosos, até o teatro encantá-la, quando tinha 42 anos.
O ilustrador:
Maurício Veneza mora em Niterói, no Rio de Janeiro, cidade onde nasceu. Trabalha como ilustrador e já fez histórias em quadrinhos e ilustrações para agências de publicidade, jornais, revistas, televisão e livros infantis e didáticos. É também colaborador regular da revista Ciência Hoje das Crianças, editada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Lançou por Paulinas Que lugar é este? e fez as ilustrações dos livros Contos africanos para crianças brasileiras e Outros contos africanos para crianças brasileiras.
Serviço:
Título: Um cão cheio de idéias
Autora: Tereza Malcher Campitelli
Ilustrador: Maurício Veneza
Tema: animal de estimação, ambiente rural e urbano
Público-alvo: adolescentes fluentes
Coleção: Magia das letras-Série Mundo encantado
Índice temático: Comportamento (identidade)
Tema Transversal: Meio ambiente, ética
Formato: 15,5 x 23,0
Páginas: 64
Preço: R$ 17,80
Código: 51174-9
ISBN: 978-85-356-1823-5
